terça-feira, 23 de setembro de 2014

Eu vi o amor...


Hoje, em meio à correria do meu dia, entre engarrafamentos na Av. Brasil e Linha Vermelha, longa espera para uma consulta de minha mãe no HCE, dei uma passada na casa de minha irmã para ver meus sobrinhos. Tudo muito cotidiano. No entanto, fui pego por uma emoção muito grande quando vi, como tantas outras vezes, minha irmã interagindo com meu sobrinho mais novo. Eu fiquei realmente muito comovido e pude sentir nitidamente a força da relação entre os dois. Vi como ele, apesar dos poucos meses de vida, olha para ela com um amor que sai pelos olhos, que o faz sorrir de alegria, numa felicidade que emana e contagia quem está por perto. Por outro lado, ela também brincando com ele, beijando, acariciando, com um amor que é lindo de se ver. Eu vi a alma dos dois sorrindo uma pra outra. Minha irmã não planejava mais ter filhos, sempre foi uma mãe dedicada à educação das crianças, e quem conhece meus sobrinhos, sabe exatamente do que estou falando. O Cauã nasceu de um reencontro após vinte anos. Desde o primeiro momento em que minha irmã soube, ainda grávida de poucos meses, da possibilidade dele ter Síndrome de Down, ela sempre se mostrou confiante, guerreira e pronta a abraçar essa missão, se essa fosse a vontade Deus pra vida dela. Cauãzinho nos surpreende a cada dia, superando as dificuldades e derrubando todos os mitos a respeito dos bebês com Síndrome de Down. Minha irmã tem sido incansável na dedicação à estimulação tão essencial para o desenvolvimento do meu sobrinho, através das sessões de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, praticamente todos os dias da semana. É óbvio que tudo isso só é possível devido ao suporte e carinho do meu cunhado. Hoje eu pude de fato perceber o quanto é importante o amor e a dedicação dos pais a seus filhos. Tanto pela relação dela com o Cauã quanto pela parceria dos irmãos mais velhos, que ajudam e também demostram enorme carinho pelo caçula. Seus cabelos estavam meio emaranhados, as unhas sem esmalte, a sobrancelha por fazer. Porém, que importância pode ter isso? Qual o tamanho real dessas coisas? Hoje eu vi no olhar trocado entre ela e ele um amor incondicional, uma gratidão que brota dos olhos daquele bebê, como se ele dissesse a todo tempo: "mamãe, obrigado por me fazer o bebê mais feliz desse mundo". Saí desta visita corriqueira, inesperada, com meu espírito enlevado! Obrigado também por isso, irmã. Te amo muito!


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